Não bastasse o efeito devastador do uso do crack, que tem se espalhado pelas regiões sul , sudeste e nordeste
do Brasil, uma nova droga foi descoberta recentemente no estado do Acre, fronteira com a Bolívia. Possivelmente uma das mais potentes e perigosas drogas conhecidas, o
oxi ou
oxidado, como é conhecido pelos seus usuários, é uma variante do crack. A diferença é que, na elaboração, ao invés de se acrescentar bicarbonato e amoníaco ao cloridatro de cocaína, como é o caso do crack, adiciona-se querosene e cal virgem para obter o oxi. “A gente tinha idéia de que havia essa droga, mas nenhuma estudo científico comprovava”, conta Álvaro Ramos, presidente da
ONG Rede Acreana de Redução de Danos – Reard.
Durante 2003 e 2004, a Reard pesquisou 75 casos de usuários de drogas provenientes do refugo – ou resto – da produção de cocaína boliviana. O foco do estudo, em princípio, era acompanhar o uso de
mescla ou
merla, droga amplamente usada nas cidades acreanas, e a vulnerabilidade dos usuários à Aids e demais doenças sexualmente transmissíveis. A
mescla é uma espécie de “tia” mais rudimentar do crack, produzida a partir do refugo da cocaína, mais alguns produtos químicos como cal, querosene, acetona, solução de bateria elétrica etc. “Depende do traficante e de que produtos ele tem à mão”, diz Álvaro Mendes. O projeto, financiado pelo Centro de Controle de Doenças dos
EUA, acabou se deparando com uma dura realidade: nas cidades fronteiriças, o
oxi substituiu a
mescla, com efeitos muito mais nocivos.
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